A velocidade que se imprime nas motivações sociais, suas opiniões, ainda que somente conhecidas pelos avanços tecnológicos experimentados, conferem a possibilidade de se realizar um amplo debate entre os integrantes desta coletividade, das mais variadas matérias, ainda que a manipulação de ideias seja perene.

Contudo, esta reflexão não deve jamais esquecer que reside na polaridade de ideias, o singular caminho ao avanço social, único meio a se atingir o que efetivamente necessita esta mesma sociedade.

Assim, os seus objetivos tem por destino final, alcançar, de forma verdadeira, uma maturidade social, vez que ainda aos dias de hoje, esta democracia social (ou falta dela), é imatura, visto a pouca idade que tem.

Lembre-se sempre dos nominados tempo das trevas, sendo ele finalmente iluminado com os olhos constitucionais que trouxeram vida à expressão: Constituição Cidadã. Porém isto ocorrendo somente há 28 (vinte e oito) anos.

Por certo então desde já dizer, não parecer ser o melhor caminho o retorno das ações públicas daquela época, verdadeiramente sombria, ainda que a liberalidade das manifestações seja de quem for, assim em vezes não transpareça.

Neste sentido, encontrar o caminho que poderá levar a sociedade a reagrupar-se, exige considerar ser a gênesis deste propósito o seu mais puro objetivo final. Melhor dizendo, o ponto de partida desta necessidade de amadurecimento, confunde-se à chegada, pois as razões que fazem esta sociedade ditar regras, principalmente comportamentais, para avançar em suas relações, nada mais buscam senão um saudável convívio, quando observados os interesses sociais, sem jamais vilipendiar os sagrados direitos fundamentais dados ao ser humano.

Não cabe nesta breve reflexão maiores debates sobre a indispensabilidade do homem em viver em comunidade. E se assim o é, deve ele então, buscar incutir limites ao seio de convivência, também chamados de Leis, as quais refletem, nada mais nada menos que seus mais puros valores e costumes.

Por assim ser, o ponto de partida a esta busca pela maturidade deve-se estar, com a humildade nos nobres, em se reconhecer que nossa sociedade, ainda que se diga pré-organizada, é imatura.

Assim se vê e se constata diariamente. Ainda somos hipnotizados por personagens que se transvestem de vilões, ainda que outrora heróis.

O perfunctório olhar ao ordenamento, o que faz perecer a necessidade do aprofundamento da análise, fulmina o salutar debate. O descompromisso do olhar às questões sociais, sempre em busca da dita manipulação de ideias, com idolatrias falsas e soluções que, em verdade, nada mais são do que o grande alimento do problema, certamente não vão impulsionar esta sociedade onde quer ela chegar.

E, talvez até esta veloz comunicação, carrega em si o deixar de lado a leitura, pois substituída pelo simples assistir.

Será então não ser esta comunicação, rápida e irresponsável, o verdadeiro instrumento que determina, diariamente, a volta dos dias de trevas. Aqueles que outro dia achávamos ter passado?

Assim não se pode admitir, em que pese seja incontestavelmente superados os limites da interferência que esta comunicação proporciona.

Mas ainda sob os olhos no caminho da ansiada social, maturidade, vê-se que ali (sociedade) ocorrem equívocos e que isto é algo esperado, pois são os sábios quem nos ensinam que o verdadeiro conhecimento não emana, exclusivamente, do debruçar-se aos estudos, mas sim e igualmente aos desafios e vivências a que se expõe.

Como pretender então que ter, a este tempo, passados poucos 28 (vinte e oito) anos de vivência democrática, alcançado ou superado os mais puros objetivos sociais? Como seria possível ter, em tão pouco tempo, uma evolução coletiva efetivamente eficaz a se trilhar o rumo correto?

Certamente a resposta é única, aprendendo com o erro.

Contudo, o que traz consternação, é ver que esses equívocos, se naturais ao imaturo, ao invés de lhe impor futura maturidade, ensinamento, experiência, é facilmente ignorado, talvez sobre o amargo amparo da ignorância, o que ocasiona, sistematicamente, sua repetição.

Desta feita, o que se quer aqui dizer, em primeira análise, é que os equívocos sociais, públicos e privados, experimentados ao longo destes poucos anos de vivência democrática, não podem carregar em si elementos a se abandonar, abruptamente, todos os avanços já conquistados.

Em suma, a tal busca pela maturidade social não pode falecer. Assim ocorrendo, ter-se-á, por certo, o retorno aos tempos que quisera se esquecer.

Em verdade, essas sinuosidades enfrentadas no caminho da maturidade, ou que seja nominado desenvolvimento, nos mostram os equívocos que não se pode mais cometer, eis aquele caminho não nos levar onde se pretende chegar.

Infelizmente, aos dias de hoje, a persistência ao erro, tem se tornado regra.

O rápido olhar ao problema, o apontar do dedo ao errado, o olhar perfunctório à temática, jamais demonstrará a gênesis do que é realmente maligno a essa sociedade. E, se não encontrada a fonte, jamais estará pacificada tal questão.

Ora, não se pode admitir que pelos erros atuais, desacertos do passado passam a serem tidos como acertos, fechando-se os olhos aos resultados nefastos que esses erros/acertos, ali já determinaram.

São as lesões sociais percebidas outrora que determinaram o nascimento da ideia de se reservar valores individuais, inerentes ao SER HUMANO, a este SER HUMANO. Não são erros do passado ou atuais que poderão retirar da memória deste mesmo ser, HUMANO, o que ele mesmo já suportou.

A repulsa ao crime, sempre olhado por um diagrama distante, sem que se possa se ver ali inserido, dando-se a ele (crime) a mesma resposta que se dá nos últimos 500 anos, não nos parece ser o melhor caminho.

É o que ensina o conhecido dito popular: errar pode ser humano, já persistir neste mesmo erro, torna-se burrice.

Ora, por que não admitir o novo? Por que buscar verdadeiros subterfúgios à nova aplicação ou nova leitura social? Qual repulsa traz se aplicar, com claridade, um novo método?

Pontes de Miranda já dizia, ou melhor, criticava: “O Brasil esta se especializando em fazer reformas que nada mudam”, e é exatamente o que se vê nos dias de hoje.

As reformas que hoje ganham o jornal, amanhã, quando efetivadas à realidade, são lidas com o mesmo olhar, antigo, o que não deixa enxergar os avanços que se tem deste novo método.

Os equívocos de agenda, realizando-se um debate superficial às consequências de imbróglio, sem ser capaz de observar as razões que o fez existir, mostram-se, por mais de uma ou duas vezes, não ser este o caminho.

O que se alçou a direto fundamental, portanto inatingível, hoje já pode ser relativizado, basta contar com o clamor público. Assim admitir é verdadeiramente transcender erros do passado.

Equívocos, certamente havidos, devem ser reparados com ações que se voltam ao retorno dos preceitos constitucionais. A crítica não fundada, inclinando-se àquilo que parece ser, sem se saber ao certo o que é o ser, somente levará, se um dia saiu-se dela, à mais completa ignorância.

Definitivamente, pode-se dizer que Sobral Pinto fora privilegiado em viver na tal época das trevas, pois se hoje ainda vivo, face o que ocorre, certamente o escárnio que lhe acometeria lhe causaria mais dor.

As reformas normativas e sociais devem seguir um caminho à frente, sempre voltado aos avanços sociais, mesmo que diante do novo e inesperado.

Temerário é o caminho que se insiste em adotar, em especial àqueles que se depositam a esperança de que, mesmo que por sinuoso caminho, alcance a tal maturidade social.